terça-feira, 1 de julho de 2008

Anjos... Um tributo a Renata, Hector e Rafael

Quanta alegria trás uma criança dentro de casa. Nos primeiros dias de vida é aquela coisinha rosada, rechonchuda, carequinha e banguela que todo mundo jura ser um filhote de ser-humano, mas você tem absoluta certeza de que não passa de um joelho recém operado.
Eles crescem rápido. E como crescem!!! E passam a descobrir as coisas, as formas, o mundo e os buraquinhos das tomadas elétricas... Você não vê a hora dessas criaturinhas se transformarem em bípedes e darem seus primeiros passos, com as perninhas bambas, sem coordenação e quando acontece, lá vamos nós levantar tudo que está na mesa de centro, ou melhor, o que sobrou do que estava na mesa de centro. E surgem os primeiros fonemas, as primeiras sílabas, as primeiras palavras. Quem não fica emocionado quando ouve pela primeira vez seu nome sendo balbuciado por uma criança? Pois é, mais de um ano esperando o bebe falar a primeira palavrinha e o resto da vida esperando ele calar a boca! Se for menino um dia cala, mas se for menina...
Acho que o grande responsável pela evolução do ser-humano foi sua mente inquisitória, e dá-lhe “por quês”: – Por quê você vai trabalhar? – Por quê o pneu do carro é preto? – Por que de vez em quando a lua aparece de dia mas o sol nunca aparece à noite?... E a noção de perspectiva? A noção de como as coisas se encaixam umas nas outras? Não é lindo quando eles fazem essa descoberta? Meus olhos se enchem de lágrimas quando lembro de meu sobrinho descobrindo que um giz de cera cabia perfeitamente dentro da minha narina esquerda. Isso foi ontem, oito horas da manhã e comigo de ressaca no único dia da semana em que eu poderia dormir até mais tarde! Que delícia é também dormir na cama molhada porque ele, só para te agradar, resolveu “regar” tua cama com sua mamadeira de chá!
Mas a vida segue, eles continuam crescendo, crescendo, crescendo, crescendo... Na exata proporção que as caixas de teus cds favoritos aparecem quebradas, teus dvds riscados, tua coleção de canequinhas de submarinhos “roubadas honestamente” do bar do alemão desaparecem, arremessados pela janela junto com teu gato, depois que eles descobrem a tal lei da gravidade. E aqueles cabelos que você sabia que um dia ficariam brancos? Também descobriram a lei da gravidade e passaram a cair à medida que teu anjinho crescia... É Mestre Vinicius, “filhos, melhor não tê-los...”.
Vida que segue...

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