domingo, 5 de outubro de 2008

Leis...

Você conhece a música “Check-up” de Raul Seixas? Então, parafraseando Raulzito, “acabei de dar um check-up geral na situação o que me levou a reler Alice no País das Maravilhas...”
Algumas semanas atrás estive em São Paulo (odeio aquela cidade), a barulhenta, fétida, feia, desagradável, violenta e desorganizada São Paulo. Perdido por lá (literalmente), parei num ponto de táxi para perguntar de determinado endereço, enquanto um parvo taxista tentava me indicar uma rota, outros dois conversavam sobre política e acabei ouvindo a seguinte frase: “A Martha Suplicy já está estourada na frente!”... Mente deturpada como a minha não perde tempo nessas horas, lembrei da cara e do jeito da Marta e já imaginei como ela deve estar realmente estourada na frente, atrás, no umbigo, na orelha, etc... etc... etc...dei uma olhada ao redor, vi o trânsito paulistano, caótico como sempre, li uma placa que proibia o tráfego de motos entre os carros, vi os motoqueiros transitando por entre as filas de carros, buzinando sem parar e chutando os espelhos retrovisores daqueles que não estavam colados ao meio-fio, ou guia, como eles o chamam. Pensei, se essa cidade é uma zona, por que não eleger como prefeita uma puta? Pois, já que é para foder, melhor que seja com uma profissional! E como dizem por aí, "vamos votar nas putas já que nos filhos delas não tem dado certo." Agora falando sério, como é que pode um povo ser tão idiota como o paulistano? Eles já elegeram e re-elegeram sei lá quantas vezes o Maluf, inúmeras vezes envolvido em escândalos de corrupção, elegeram o Pitta, e essa senhora (já por tantos e tantas vezes estourada) foi criticada enquanto prefeita até pelo próprio filho, o “grande” Supla. Mas como eu quero mais que São Paulo e os filhos daquela terra se fodam! Longa vida a família Suplicy! De volta à fria e úmida Curitiba, não consegui parar de pensar em motoboys arrancando espelhos dos carros em São Paulo, e passei a observar melhor os pequenos delitos, os pequenos desrespeitos as leis que, de tão corriqueiros, passam a ser encarados como normais por todos nós. Comecei a ver a “esperteza” daqueles motoristas que não entram na fila para conversão ou retorno, ultrapassando todo mundo por fora, o motoqueiro que ultrapassa todo mundo pela calçada, enfim, essas coisinhas do cotidiano de toda grande cidade, parei na frente da tv para ver a reportagem sobre um motorista de 18 anos que embriagado, atropelou 5 pessoas que estavam no ponto de ônibus no Jardim Botânico. Segundo estatísticas da PM do Paraná, depois da controversa “Lei Seca” acidentes de trânsito diminuíram em 25%. Isso é bom, eu mesmo aderi a essa lei. Não posso mais beber e dirigir? Não tive dúvidas, vendi meu carro! Mas daí estou eu de carona com meu irmão, quando no semáforo ao nosso lado para um celtinha branco com duas meninas em idade universitária, com os vidros abaixados, som alto, altas risadas, fumando um “bagzinho”, uma “perninha de grilo”, um “fininho” um INOCENTE baseado. Peraí, gritou o diabinho que fica sobre meu ombro esquerdo (no direito fica um anjo, mas confesso, não dou muita atenção à ele), nós não podemos beber uma cervejinha e dirigir e essas vadias podem dirigir fumando um baseado? Será que esse baseadinho inocente não terá o mesmo efeito nos reflexos desta condutora que duas tulipas de chope? E aqueles que cheiram cocaína e saem dirigindo? Claro, que cocaína nem faz mal, ela até corta o efeito do álcool (Já tive que ouvir esse absurdo!), inclusive, a pessoa só se vicia em cocaína porque ela “nem dá nada”! (e esse absurdo também, perguntei se “já que nem dá nada” então por quê você usa? ** SILÊNCIOOOOO **). Daí a mente viaja para mundo da imaginação mais uma vez. Churrasquinho entre amigos rolando:
Anfitrião: - Vai mais uma “béra” aí?
Convidado: - Não brother, agora vou ficar na branquinha!
Anfitrião: - Ah, então você vai querer uma cachacinha?
Convidado: - Não não, uma cocaína mesmo, tenho medo de cair numa blitz e ser pego pelo bafômetro!

Tolerância Zero deveria ser para tudo. Você pode ser preso como interceptador se for pego comprando ou portando artigos roubados. Porque então o usuário de drogas, que está portando um “ilícito” não é preso? Para mim o paralelo é obvio. Diz a lei que não se deve confundir usuário com traficante, concordo, mas se ele é “cliente” deste traficante o usuário está sendo no mínimo cúmplice do tráfico. Mas deixa para lá, não adianta tentar martelar em ferro frio...
Na gráfica para qual presto serviços, fizemos milhares de panfletos, santinhos, adesivos, etc., para um determinado candidato a prefeito. Normal? Sim, seria, se esse cara não fosse empregado do atual governador, que, mesmo apoiando o candidato de seu partido, deu autorização para seu funcionário se afastar do cargo e ser adversário de seu candidato. Democracia? Vai ter essa sorte! Conversando com um assessor deste candidato, fiquei sabendo que a idéia era tirar o máximo de votos possível do candidato a re-eleição, para tentar obrigar um segundo turno e aí, todos os candidatos apoiados (oficialmente e extra-oficialmente [extra-oficialmente eram mais de um]) pelo governador, dariam apoio à “Marta Suplicy das Araucárias” para tentar desbancar o atual prefeito. Ético? Me responda você!
Ainda na parte política, o T.R.E. fiscaliza (ou deveria fiscalizar) as impressões de materiais destinados a propaganda política. Todo candidato tem um CNPJ cujo número deve constar nos materiais impressos junto com o CNPJ da gráfica e a tiragem deste material. Justo? Claro que sim! Funciona? Claro que não, o candidato pede 200.000 (duzentos mil) impressos, sai na nota fiscal e no impresso que a tiragem foi de 20.000 (vinte mil) a gráfica ganha sonegando impostos, a candidato ganha produzindo muito mais impressos do que o declarado, as árvores são assassinadas aos milhares para a produção de papel e nossa cidade fica imunda no dia da eleição como você pode verificar na frente de sua casa hoje. Existe no Brasil alguma lei que funcione?
“Duas horas da manhã recebo nos peito um TRIPTANOL 25
e vou dormir quase em paz.
E a chuva promete não deixar vestígios.”

É mestre Raul, vida que segue...

Um comentário:

Tine Araujo disse...

kakakaka
Ler teu textos é tão bom quanto ouvi-los pessoalmente ;)
Muito bom revê-lo!

Beijos