Histórias Nossas de Todos os Dias - Parte I

- Alô! Disse eu ao telefone, com um sorriso na voz, como manda o manual de “como atender bem um cliente”. A conversa rápida, as explicações curtas e claras, todo o protocolo seguido à risca, sempre com muita simpatia e o problema foi sanado. No outro dia ela me ligou novamente, com uma desculpa meio esfarrapada de uma dúvida que, duvido muito realmente existisse, mas enfim, cliente é cliente e o manual foi novamente seguido. Na terceira vez que ela me ligou naquela semana os protocolos foram deixados de lado, conversamos já como velhos amigos, mais banalidades do que assuntos profissionais e no final da conversa ela pediu para me adicionar no messenger. Deixei, que mal faria?
Já pelo messenger as conversas passaram a ser mais picantes. Brincadeiras, insinuações, cantadinhas inocentes, outras nem tanto e o clima de sedução infestou o ar! Ela me pediu que lhe enviasse uma foto, enviei! Em retribuição ela me enviou outras três que, junto com meus amigos, analisei. Era “ruinzinha”, mas nada que duas ou três cervejas não pudessem resolver!
O tempo passa, afinal, é só isso mesmo que o tempo faz! Ela agia como se me conhecesse há séculos, se achava no direito de pedir satisfações, a discutir o relacionamento e o pior, a se convidar a vir na minha casa conhecer minha família! O detalhe é que ainda não tínhamos nos visto. Comecei a achar estranho, seria mais uma “psica” na minha vida? Outra “Perebenta Vantroba”? Mas nesse ponto da história, segundo meus amigos, se não comesse ficaria com fama de viado! Então vamos comer! Um dia antes de marcarmos o encontro que nos levaria ao motel, ela fez aquela pergunta que as mulheres adoram fazer: - Qual tua fantasia sexual? Perguntou ela. E eu respondi que não pensava muito a respeito, gostava de deixar rolar. Mas ela insistiu na pergunta e, na falta de uma mentira melhor, disse a ela que minha fantasia era a mesma fantasia da maioria dos homens, duas mulheres na cama! – Hmmm! Mugiu ela! E nada mais foi dito a esse respeito.
Chegou o grande dia! Que bosta!!! A foto que ela tinha me enviado era de pelo menos dez anos atrás, ou quinze quilos atrás! Tanto faz! Maquiagem deveria ser banida do planeta, pois na hora da foto esconde todas as imperfeições (e olha que não eram poucas!), mas maquiagem não é a prova d’água! No quarto de motel (o mais barato, diga-se de passagem, pois mulher feia merece no máximo um “serv car” e ela era muito mais do que feia!) eu ainda tentando evitar o inevitável, ela disse-me que iria tomar um banho e que eu não deveria ir atrás (como se eu quisesse ir, o que eu queria mesmo era fugir dali!), pois ela tinha me preparado uma surpresa. Na hora lembrei do filme “O Homem da Máscara de Ferro”, mais precisamente da cena em que um dos mosqueteiros entra na masmorra com um cadáver preso na cintura, ocultado por um hábito de monge. Isso associado a nossa conversa sobre fantasias me animou: - Ela deve ter trazido uma amiga presa à cintura! Hoje vou me dar bem! Imaginei eu. Ledo engano! Eis que surge a individua, enrolada numa toalha branca, pensei, “já que ta que vá!” Tirei a toalha e, meu Deus! Lembra quando Shrek disse ao Burro que Ogros tem camada? Então, ela também tem, só na barriga tinha três, uma caindo sobre a outra! É o tipo da mulher com tudo em cima. Os peitos em cima da barriga, a barriga em cima das coxas, a bunda em cima da panturrilha e por aí a fora. A surpresa era uma calcinha fio dental de oncinha! Quando vi aquilo, não agüentei, caí na risada! Ainda não sei explicar se foi graça ou desespero! Ela jogando no ataque, me puxou e me lascou um beijo. Fiquei todo arrepiado! Não de tesão como você deve ter imaginado e sim porque ela tinha barba, isso mesmo, BARBA!!! E me arrepiou inteiro! Não era a melhor coisa a ser lembrada, diria até que foi bem estranho, imagine, você está no motel com uma “mulher” e lembra de um AMIGO? Pois é, lembrei! De um que diz que não come nada que tenha mais pelos do que ele! Pois ela tinha! As pernas pareciam a de um gato angorá! Aquela calcinha ridícula? Arranquei antes que brochasse de vez. Quando olhei para a dita cuja genitália é que bateu o horror, a depilação foi feita com um serrote enferrujado da marcenaria de fundo de quintal do avô dela! A região “devastada da mata atlântica” era uma pipoca só! As áreas preservadas tinha pelos tão longos que dava para fazer tranças africanas! Pensei, minha boca aí não ponho nem por decreto! A sorte é que pinto não tem olho e nem nariz! Empacotei o “Alteminstoncley Desbravador Filho” (nome que carinhosamente chamo meu membro) e pus pra dentro, à medida que ela me beijava a barba ia irritando meu pescoço e eu imaginando as minhas “amigas baranguinhas” morrendo de rir da minha cara quando eu lhes contasse essa história. Não sei precisar quanto tempo durou a tortura, digo, o coito! Mas quando ela disse: - Gozei! Eu não tive dúvidas! – Eu também! Exclamei, já pulando da cama e indo para hidromassagem. Enchi a banheira e mergulhei lá dentro (pena ela não ser grande o suficiente para eu me afogar!), como você pode imaginar, ela veio em seguida. Quando entrou na hidro foi como se um tsunami tivesse acontecido no quarto. E eu lá, tomando banho com o JABA (nota mental, preciso parar de ver dvd’s!). Ela começou a esfregar as costas no meu peito tentando me excitar, Deus, a mulher tinha mais espinhas nas costas que um choquito! Parecia uma fábrica de maionese! Acho que ela deve ser a irmã do “Carlão”, aquele dinossauro espinhento amigo do “Bob” da Família Dinossauros. – Nem o maior de todos os corvos comeria essa coisa, isso só pode ser praga do Chris! Pensei eu. Enfim, ela me propôs dar a segunda! – Segunda? Sequer consegui a primeira! – Pensei eu, novamente! Felizmente meu anjo da guarda estava de plantão e, depois de ter se divertido muito com a situação, esse filho da puta alado providenciou que meu celular tocasse (foi engano, mas ela não precisava saber disso) me dando a oportunidade de inventar uma mentira e sair de lá! Obrigado por me deixar desabafar, mas não quero nunca mais falar sobre isso! Vida que segue...